Papai Noel, estou com saudade de você, faz muito tempo que não te vejo”, escreveu Pedro, de 8 anos em sua cartinha dirigida ao amigão de cabelos brancos e roupa vermelha que o presenteia todo ano com a renovação do espírito natalino. Depois de vários desenhos coloridos, ele confessa a saudade que sentiu quando, em 2011, Noel não o visitou. “Eu fui bonzinho, estudioso o ano todo”. Para ele, a ausência de Noel deixou uma lacuna que pode ser preenchida ainda neste ano.
Pedro não espera presente, só um abraço do velho amigo. Sua carta, em papel amarelo, se confunde com muitas outras colocadas nos mesmos escaninhos no canto da Agência Central dos Correios, na Praça Mauá, Centro de Santos.
Letícia, de São Vicente, pede em sua letrinha miúda e caprichosa um ‘nodebugue’ (sic, notebook) ou três bonecas Barbies. Na carta, afirma que seu irmão mais novo, Raniel, quer uma pista de ‘Rodi Wilson’ (hot weels) ou um helicóptero.
Igor, de 10 anos, após vários elogios a Noel, pede um celular usado – um Motorola – e avisa que se não der, pode ser um Nokia mesmo. Victor quer um brinquedo bem legal. Mas para a mãe, é mais específico: um emprego que a deixe feliz.
As cartas estão na Agência Central dos Correios à espera de padrinhos, pessoas de carne e osso capazes de restaurar o trânsito nem sempre fácil entre os desejos de consumo das crianças e a disponibilidade de recursos de suas famílias.
Ana Fátima Magueta, coordenadora administrativa da Região de Santos (jurisdição que compreende 31 cidades), conta que a campanha Papai Noel dos Correios se presta a refazer esta conexão entre as crianças e os brinquedos que almejam. “A ideia nasceu há aproximadamente 20 anos, quando percebemos que funcionários dos Correios se cotizavam e compravam presentes para as crianças que enviavam cartinhas para lugares como o Polo Norte”.
Fonte: A Tribuna