Em quatro meses, todos os 188 chuveiros públicos distribuídos nos sete quilômetros de praias de Santos (72 km do estado de São Paulo) terão horário de funcionamento limitado e dispositivos para economia de água. A prefeitura e a Sabesp querem reduzir os abusos na utilização dos equipamentos, que, conforme calculam, fazem com que o consumo seja duas vezes maior do que o necessário.
Os chuveirinhos, existentes desde a década de 1980 e conhecidos popularmente por esse nome, estão instalados em 47 conjuntos com quatro jatos de água cada um. Dois deles –um na praia do Gonzaga e outro na do Aparecida– já estão sob as novas regras: em vez de serem acionados ininterruptamente, ficam desligados das 23h às 5h e contêm novos limitadores.
Cada aparelho, que serve para quatro chuveiros, custa R$ 1.500 e é instalado pela Sabesp. O tempo de fornecimento de água, antes de 30 segundos por acionamento, cai para 15. À prefeitura Municipal de Santos cabe deixar prontos os espaços para a afixação dos equipamentos. No total, uma despesa aproximada de R$ 2.000 por conjunto.
O investimento será compensado com a esperada queda no consumo mensal médio de água, de 400 mil para 200 mil litros em cada grupo de quatro chuveirinhos da cidade. Somados todos os conjuntos de chuveiros, gastam-se por mês 18,8 milhões de litros, o equivalente ao gasto de água de quase 3.500 santistas no período (média de 182 litros diários por pessoa, de acordo com a Sabesp).
A estimativa é da engenheira Fabiana Pires, chefe do Departamento da Regional da Orla e da Zona Intermediária. O cálculo se baseia na diminuição do consumo no Gonzaga, onde o primeiro hidrômetro está instalado em caráter experimental.
“O segundo aparelho foi montado nos chuveirinhos diante da Fonte do Sapo (Aparecida), e colocaremos os outros entre o Canal 1 (José Menino) e a Ponta da Praia (Canal 7)”, diz Fabiana.
Nem só para o banho
Entre 5h e 23h há movimento nas praias. “À noite, por exemplo, há prática (regulamentada) de esportes até as 22h, 22h30, quando o pessoal vai embora. Pela manhã, as pessoas costumam retornar por volta das 7h, mas decidimos já deixar os chuveiros ligados pouco antes”, informou Fabiana.
É comum ver pessoas recolhendo água dos chuveiros para beber –o que não é recomendado, por ausência de filtragem– e para abastecimento e limpeza de equipamentos do comércio ambulante. Cogitada anos atrás, não se planeja, por enquanto, a cobrança pelo uso dos chuveirinhos.
Conforme Fabiana, a redução no tempo dos jatos de água, de 30 para 15 segundos, não será problema para os banhistas. “Nós vemos que, se a água continua caindo, a pessoa permanece debaixo do chuveiro. Então, sairá antes.”
Fonte: Bol.com.br